CANTO DE FRASSINO

Os meus horizontes são de Vida e de Esperança !

Textos

OS SONS DO SILÊNCIO
A voz da Natureza é trazida p´ los sons
Que do silêncio saem
E se cobrem de cor, repintados de tons
Numa tela onde caem.

Pelos sons do silêncio que a vida contém
Sempre justos e sãos,
Quando há algo qu´ ocorre e sentir já não tem
Não os há por aí bons:

Correm sons do silêncio nas ondas do mar
De ruídos tamanhos
E no espaço se perde uma criança a chorar
Dando gritos estranhos.

Correm sons do silêncio no canto das aves,
Fresca fonte da água,
E naquele santuário de altíssimas naves
Soam cordas de mágoa.

Correm sons do silêncio num cavalo que passa
Sem atraso ou demoras
E a lufada das virgens num palco sem graça
De alternância nas horas.

Correm sons do silêncio na negra floresta
Quando o fogo crepita
E no tamborilar das promessas com festa
De quem não acredita.

Correm sons do silêncio na noite que chega
Com a mesa vazia
E nos sonhos rasgados da classe que é cega
E só tem fantasia.

Correm sons do silêncio na torrente dos rios
Com margens violentas
E há canoas sozinhas com fome de estios
Nas ribeiras sedentas.

Correm sons do silêncio na espuma dos pés
Das marés a baixar
E no largo horizonte um navio em convés
Quase, quase a chegar.

Correm sons do silêncio subindo as colinas
Que atravessam a aldeia
E na febril correria há meninos, meninas,
Que a saudade incendeia.

Correm sons do silêncio nas horas da torre
Chamando para a missa
E na máscara dos dias no corpo decorre
Uma febre submissa.

Correm sons do silêncio no palco da gente
Que a razão não alcança
E na luz da experiência, o passado é presente
Sem amor nem esperança.

Correm sons do silêncio por todo esse mundo
Sob o manto da guerra
E o suspiro da Paz permanece jucundo
Neste palmo de terra.

Correm sons do silêncio que faz governantes
Nos seus gestos braçais
E do mundo o seu tempo não é como dantes
Pois já não volta mais.

Correm sons do silêncio nalgum desencanto
Que a família dispersa
E num louco poema, composto de espanto,
Minha lira professa.

Correm sons do silêncio chamando a Poesia,
Pelos versos achados,  
E na Musa que mora nos sons d´ harmonia
Dos poemas sonhados!      

Frassino Machado
In AO CORRER DA PENA
FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 10/02/2017
Alterado em 10/02/2017


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