SALÁRIO AMARGO
Passam-se dias, semanas e mesmo meses
A falar-se de um salário que é amargo Sem que se diga abertamente aos portugueses, Toda a verdade do que é pago por encargo. Se é máximo ou mínimo, ou se é só às vezes, Isso já ninguém trata porque faz estrago, Pois o que importa é garantir para os fregueses Que em eleições jamais possa existir embargo… É triste que se invista o tempo em verborreia E que sejam os números a vencer as pessoas, Afinal os interesses superam a ideia Que “o cidadão e o bem-comum são coisas boas”. Mais salário, menos salário, é quiçá trivial Pois o que é prioritário é o estrito cumprimento Da democrática justiça social Que dia-a-dia vai perdendo o seu alento… Será que depois do costumeiro letargo, Em que as palavras voam ao sabor do vento, O salário comum será menos amargo E a auto-estima geral terá seu acalento? Frassino Machado In RODA-VIVA POESIA
FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 23/12/2016
Alterado em 23/12/2016 |