AI DE QUEM SE AJEITA
“Ode às humanas queixas”
Todo este mundo está repleto de lamentos E é no quotidiano que tudo se comprova; A cada dia, mês e ano há só tormentos E a haver mudança será de caixão à cova. O perigo eminente paira por todo o lado Desde criança a adulto só contrariedades; Quem detém o poder parece anestesiado E usa e abusa das riquezas e veleidades. O dinheiro suporta o poder inteiramente E a sua distribuição não passa de utopia; Quem mais o tem mais o quer e, cegamente, Quem mais dele s´ aproveita é uma minoria. Toda a gente se condói, se queixa e se lamenta De que nunca lhe chega pra tapar as fendas; A corrupção em toda a parte é uma tormenta E a justiça que temos nem para as encomendas. Pois se é assim, neste ambiente que s´ enfeita À volta desta circunstância, qual quimera, Só nos resta desabafar “ai de quem se ajeita” Não procurando meios pra matar a fera… Claro que se badalam boas intenções, Formulam-se projectos, feitos ab aeterno, Para este Planeta cercado de aberrações, Porém, a vil moral faz transbordar o inferno. Há queixas e mais queixas, gritos e mais gritos, Mas a “razão” do homem ignora esta sinfonia E não há lei nem prece que abrace os aflitos Já que este género humano enferma de alergia. Progresso e mais Progresso, nada de Pessoas, Só lucros e mais lucros… e a Natureza f´ rida: É esta a idolatria, prenhe de ideias boas Mas um Futuro errante num beco sem saída! Frassino Machado In ODISSEIA DA ALMA
FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 17/11/2016
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