A FALA DA MINHA ANDANÇA
“Da minha aldeia pro mundo”
Depois da terra amanhada Aqui e além bem adubada Em profícuas sementeiras Sem receio de safra errada Revesti palavras guerreiras E parti para a jornada. Olhei ao norte e ao sul Quer debaixo de céu azul Quer sob nuvens cerradas Com palavras que recriei Por veredas calculadas Tirei sortes e avancei. Mar imenso, estranha gente, Com a estrela sempre à frente Poemas mil em minha nau, Com marés de alternância Quer sondando quer a vau Fui gerindo a militância. Minhas falas deram brado, Com empenho redobrado Joeirei um canto novo Que me fez encantamento E, arredando todo o estorvo, Fiz da vida condimento. Foquei todas as matérias Com tarefas muito sérias, Minhas falas, revestidas Por palavras cinzeladas, Foram sempre enriquecidas De virtudes encantadas. Cirandei de terra em terra Semeei paz e fiz a guerra, Como mestre e aprendiz Procurei investimento Nos quatro cantos do país Com Poesia solta ao vento… Nunca voltei o rosto à luta Nem fingi qualquer conduta Com máscaras e fantasias, Como outrora e agora mais Minhas falas são vadias Pra a plebe e pros generais. Sendas e andanças de mim Larga tribuna e trampolim Num horizonte de esperança, Eis minha fala moída ao vento Minha eira, minha andança E versos de contentamento! Frassino Machado In CANÇÃO DA TERRA E DO MEU PAÍS
FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 11/10/2016
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