“A Maria Angelina Brandão”

Nossa Casa do Alto, nosso lar, nossa flor,
Dois corações unidos e uma só vontade,
Almas completas de virtude e liberdade
Num horizonte azul de cristalino amor:
Amor às árvores e à brisa-resplendor,
Às próprias coisas, na profunda qualidade,
Àquelas aves do céu que fogem da cidade,
E aos bichos e às pessoas vestidas de suor…

Nossa Casa do Alto, voltada para o sol,
Manhãs dispersas pelos frescos pinheirais
Com as mãos a colher os verdes da ribeira;
Na rústica colina sempre a latejar
Mora, ali, a saudade de ínclitos ancestrais
E os frutos não colhidos por esta Nespereira…  

Minhas preces salmódicas, de norte a sul,
Quando se cantarão as loas desta história –
Portugal Pequenino d´ Angelina & Raul,
A Casa do Alto esvaziada de Memória?  

Frassino Machado
In CANÇÃO DA TERRA