A RAZÃO DO POETA
Onde estás, tu, ó Poeta,
Que já não te sinto mais? Se a tua vida é discreta Jamais lhe verás a meta Sem a luz dos teus sinais … Se o tempo que tens se vai Por não sentires emoção É porque a poesia se retrai E dentro da alma se esvai Em busca de uma ilusão. Onde estás, tu, ó poeta Que já não ousas sonhar? Teu poema-borboleta Não passa de silhueta No horizonte a esvoaçar … Se o teu tempo se esgotou Sem tomar forma de poema Que razão em ti se gerou Ou mesmo se mascarou Agrilhoado num dilema? Onde estás, tu, meu amigo Que não vês a tua razão? Se no meu seio és o trigo, Hás de nascer aí comigo Gravado em meu coração. A ti, poeta, exposto ao vento Como se foras moinho, Quero-te neste lamento Que abras o teu talento Envolvido de carinho! Agora, poeta, eu já te vi Porque, por fim, te senti! Frassino Machado In ODISSEIA DA ALMA
FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 19/09/2016
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