SANTO ANTONINHO
“Florinhas da juventude”
Sto. António, Sto. Antoninho, Eu não te sabia finório Pão com sardinhas e vinho Levavas do refeitório. No convento eras Fernando Vinhas pra rua com vinho Co´ os amigos, feito malandro, Sto. António, Sto. Antoninho. Dinheiro não o havia, Metias-te num peditório E de quantia em quantia Eu não te sabia finório. Depois ficavas alegrote: Com um simples tostãozinho Embrulhavas num pacote Pão com sardinhas e vinho. Guardião por ti passando Com uma cara de velório Adivinhou, magicando: Que levavas do refeitório. E tu não te descoseste Abriste o teu burel rico: “São pãezinhos- logo disseste - E uma aguita pro manjerico”. - “Naquele saqueta velha, Cheira-me a sardinhas e pão Se m´ enganas com a botelha Já me não escapas da mão”. - “Não há crise, ó frei Abade, O vinho não há-de faltar E eu não fugi à verdade Que a água é p´ ra se lavar. - Já agora, vinde daí também, Que isto é tudo malta fixe, Damo-nos todos muito bem E o Ofício que se lixe …” - “Vá, por hoje fica assim, Também quero uma sardinha, Que é que m´ importa a mim Se tu andas nesta vidinha!” E assim, com estas florinhas, Seja lenda ou invenção, Os teus pães e as sardinhas Estão vivos na tradição. E tu, com a tua calma, Como filho do povinho, Assumiste de corpo e alma O nome de frei Antoninho. Frassino Machado In JANELAS DA ALMA
FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 12/06/2016
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