EM BUSCA DO MITO PERDIDO
“A saga da estátua partida”
Eis notícia pra espantar, Neste país de embrulhadas E numa crise para durar: Uma das estátuas fadadas Não resistiu às pancadas E acabou por s´ estatelar. Disposta com boa visão Num belo nicho da capital Sobressai Dom Sebastião Em pose monumental, Qual estátua fenomenal E digna de admiração. Eis o que havia d´acontecer, Logo em” ícone de juventude” Que o luso Fado fez crescer: Num país carente de virtude Um desmiolado e sem saúde Quis ganhar, mas veio a perder. Subindo à digna estatueta Em gesto de protagonismo Fez-se artista de proveta E com uma foto d´ heroísmo Cumpriu, no maior cinismo, Um acto de loucura abjecta. Este herói de cabeça perdida Não fez mossa a D. Sebastião Mas rasgou de forma assumida E em destemperada paixão A honra da alma da nação Em saga de estátua partida. O fado de Alcácer Quibir, Pairando de corpo inteiro, Ainda teima em persistir Para, num esgar derradeiro Qual vulto entre o nevoeiro Voltar um dia a surgir. Não espanta esta verdade Mas é denúncia e mistério De não haver qualidade, Nem justiça, nem critério, Que renove o V império E nos dê voz à Saudade… Não é mito, mas é brio De uma tarefa colectiva Que dê corpo ao desafio Para encetar essa deriva Que restaure a Alma viva E acabe com o desvario. Frassino Machado In JANELAS DA ALMA
FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 13/05/2016
Alterado em 13/05/2016 |