SOLTEM A COTOVIA
“A musa acorrentada”
O generalizado desinteresse poético Que se observa no literário caos Assenta no pendor estético De versos bons e maus. Ele há versos diversos de um pendor maléfico Que vão proliferando por degraus Construindo um devaneio ético Típico de saraus. Reforçar colarinhos De tudo o que se diz poesia Não abona por certo os pergaminhos Que faz da conjuntura máscara d´ harmonia. Compor os desalinhos Talvez projecte a melhoria Que se impõe para abrir outros caminhos Que incentivem as Letras com sabedoria. Há que abrir horizontes rumo à emoção Que leve os poetas a reescrever O que neles faz condição Da poesia valer. Reestruturando os timbres até à exaustão Revela-se a energia e o dever Com mais ao menos propensão Da poesia crescer. Soltem a cotovia, Que ela não seja prisioneira, A musa acorrentada cumpriria Cantando dos poetas a sua vil cegueira. Deixem-na ser magia, Na rota plena e lisonjeira, E ouvi, poetas, a pura fantasia Que traz em leve canto poemas sem fronteira. Veste-te, ó cotovia, de penas e palavras, E ciranda nessa larga atmosfera Anunciando em canções raras A diva primavera. E vós, versejadores, com ideias cavas, Vós, poetas e poemas de quimera, Deslizai do vulcão em lavas Na luz da nova Era! Frassino Machado In RODA-VIVA POESIA
FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 16/04/2016
Alterado em 17/04/2016 |