O HUMUS DAS CHAGAS
«Glosando ideias»
“No fim do tempo da Páscoa Com tantas flores de alegria Ficou-me ainda esta chaga E outras mais que não queria.” Abel da Cunha Frassino Machado: No fio do vento que passa As sementes da Páscoa vencida Germinam no tempo com graça As chagas da própria Vida. Nos monturos e nos baldios Contracenam em harmonia Estas flores e os desafios Por entre abrolhos e alegria. Há chagas que não se desmentem Pois andam por fora cá dentro Nas palavras que nunca mentem Remexendo com o pensamento. Há chagas & chagas de mil cores Iguais às de Cristo na cruz Quer queiramos ou não são flores Que ao sangue da gente conduz. A mística beleza das chagas E o acre da seiva que têm Sustentam o húmus das plagas Pela força que dele provém. As chagas são flores, são húmus Quem diria até dão essência Para uns estranhíssimos sumos Que apuram a humana existência. Chagas de uma Páscoa sonhada Com ressurreição acrescida São ressonância abençoada De nova paixão renascida! Frassino Machado In ODISSEIA DA ALMA
FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 13/04/2016
Alterado em 13/04/2016 |