OS ANJOS NA TERRA
"Trovas de Sábado Santo"
Os anjos que Deus me deu Sempre belos e formosos Andam por aí mui zelosos Voando entre a terra e o céu. Quando mais deles preciso Não consigo encontrá-los Dou comigo a procurá-los Quase sempre de improviso. Brilham na luz das estrelas Os anjos da minha sorte Com eles sinto-me forte Sem eles vejo-me nelas. Chamam-me de madrugada No canto das cotovias Na tristeza e nas alegrias E na perpétua alvorada. Nas horas do caminhar Receando partir sozinho Faz-se longo o meu caminho Mas quero com eles voltar. Quando estou no meu trabalho Meus anjos andam por lá Saber isso gozo me dá Tudo sai bem e não falho. Nas horas angustiadas, Nas horas de solidão, São eles que me dão a mão Para as obras inacabadas. Por entre todas as vidas, As minhas e as dos outros, Mesmo por caminhos tortos Sinto forças acrescidas. Dizem que os anjos do céu Têm asas de marfim Para voarem até mim Porque foi Deus que lhas deu. Anda o mal à minha volta, À minha volta há lamentos, Caiam chuvas, soprem ventos, Tenho dos anjos a escolta. Quero os meus anjos comigo E senti-los sem os ver Dá energia ao meu querer, Mais confiança no perigo. Anjos, que me acompanhais Por estas sendas da terra, Não me falteis nesta guerra Vós que sois meus generais. Não sei qual o vosso nome Mas, por quem sois, tudo bem Fazeis-me querer ser alguém Nesta vida que me consome. Os anjos que Deus me deu Sempre belos e formosos Andam por aí mui zelosos Voando entre a terra e o céu. Frassino Machado In TROVAS DO QUOTIDIANO
FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 26/03/2016
Alterado em 26/03/2016 |