Ou
“Réplica ao poeta António Gonçalves”

António Gonçalves - «O que significa um texto explicativo "para sossegar os poetas desta A TRIBUNA", Frassino Machado?
Por acaso os poetas dessa tribuna estão desassossegados? Quer que eu explique a minha poesia ou que eu escreva sonetos...? Realmente, não entendi. Caso haja descompasso entre minha expressão e os motivos de existir esse "grupo fechado", sugiro que uma REGRA seja fixada no alto desta página... Um aviso para quem possa perceber-se no lugar errado. Grato pelo desejo de bom fim- de- semana, retribuo o abraço do poetAmigo António Baltazar Gonçalves»  

Frassino Machado -  
É este, de facto, o Espírito desta TRIBUNA, caro poeta Gonçalves. Há que dialogar, debater, testemunhar toda a dinâmica da Poesia. Desta Dinâmica se partirá para a grande tarefa dos Poetas: Criar!
Como dizia o Filósofo, esta manhã,  “É verdadeiramente Criador / todo aquele fiel leitor / que consegue libertar-se / das suas próprias leituras! “ – direi eu, doutra forma, não das «leituras» mas, sim, das «ideias». Porque, poeta, saiba que o fundamental da acção dos homens de Letras está, quer queiramos quer não, nas IDEIAS que se colocam na arquitectura das Palavras.  
O que acabo de referir tem no seu pressuposto uma intenção que se baseia, no seu objectivo, em argumentar e esclarecer algumas dúvidas que coloca no arrazoado que expus na epígrafe desta réplica literária.
Primeiro que tudo quero lembrar-lhe que este Site que criei se chama de A TRIBUNA DOS POETAS, que, como sabe significa (sem tirar nem pôr) o Palco do Testemunho da vivência da Arte Poética. Esta Tribuna – se é que já reparou – tem no articulado do seu Preâmbulo introdutório o seguinte:  
«Destina-se este espaço – no âmbito da arte literária e poética – a todos os Poetas que pretendam participar de um amplo debate “original e criativo” que faça despoletar um alargado fórum de dinamização e divulgação de experiências destinado, em última instância, a uma concreta regeneração da POESIA no sentido de que ela venha a reocupar, nas Letras e na Cultura, aquele lugar cimeiro a que desde sempre se tem alcandorado.»
Se reparar bem, tendo em conta este exórdio, já aqui está bem explícito o que se pretende dos Poetas e da Poesia. E pode crer que a intenção deste PROJECTO vai direccionado nomeadamente para os “poetas desassossegados”. O mesmo será dizer dos poetas «inquietos», sim, mas lutadores por uma Causa justa e qualitativa que dá pelo nome de POESIA. Portanto, o ponto de partida deste Projecto é, pois sim, o Desassossego, que o mesmo será dizer, a Inquietação.
Posto este esclarecimento compete-me dizer-lhe que o objectivo da minha pretérita réplica, quanto à sua forma de escrever vai no sentido de alertar para a «explicitação conceptual» que nos compete a todos nós quando temos consciência clara das novas formas que divulgamos. Significa isto que deve o leitor, o escritor, o artista (em todas as vertentes) e, em última análise, o pensador, chamar a si a tarefa humanista de testemunhar a sua postura e a sua prática.
Não se trata de nenhuma exigência conjuntural ou de algum critério, dito demagógico, com segundas intenções. O que está aqui em causa é, partindo de uma autocrítica literária consciente, atingir paulatinamente um patamar Criativo.
Concluindo – e para terminar o esclarecimento – quero dizer-lhe que não se pretende (no nosso caso concreto) que os poetas optem por estas ou aquelas atitudes/ estilos formais, clássicos/as ou pós-modernistas, mas acima de tudo, que se está tão só diante de um repto/desafio audacioso e entusiasmante – tendo por base a partilha de experiências singulares – no sentido de se alcançar a referida regeneração da Poesia e, quiçá, das Letras e da Cultura.
Portanto, amigo poeta Gonçalves, tanto o meu amigo como eu próprio creio que estaremos – desassossegados ou não – neste momento a pôr em prática este desiderato que comporta no seu bojo o verdadeiro ESPÍRITO DE «A TRIBUNA DOS POETAS»
Cordialmente e com Saudações Literárias e Poéticas subscrevo-me, atentamente
Frassino Machado