JANEIRADAS 2016
Ai senhoras e senhores
Deste ilustre Parlamento Vimos feitos trovadores Cantar ao correr do vento. Ai doutoras e doutores De Belém ou de S. Bento Cantai connosco louvores E hinos de encantamento. Ai, chegamos a Janeiro E não queremos repetir Ter os sacos sem dinheiro E não poder distribuir. Ai, ó ilustres banqueiros, Cuidai vossa condição Pra que haja mais Janeiros Limpos de especulação. Ai, cidadãs e cidadãos, Janeiras vinde cantar Tocai tambores co´ as mãos Pois alguém há-de dançar. Ai, ó fado, ai ó dança, Com um cheirinho d´ amores, Dançai todos à confiança Esquecendo as vossas dores. Ai, este país de espantar, Com um inverno, sim ou não, Vamos todos a esperar Que chegue depressa o verão. Ai, gente velha, gente nova, De algibeiras a abanar Não queirais levar mais sova Porque é tempo de arrancar. Se há trabalho, ainda bem Para uns trocos a arrecadar, Se não há, há sempre alguém Que nos vem desenrascar. Há Janeiras e há eleições Neste mês espectacular E há uns tantos figurões Que se vão aproveitar. Sacos cheios ou vazios Ainda sobram umas patacas Com acertos ou desvios Chegará para as ressacas. Vem aí o orçamento, De surpresas brada-ao-céu, Para todos haja alento Que vem lá o Europeu. Toda a gente nesta terra Mesmo estreita se consola Pouco dinheiro não dá guerra O que interessa é ir à bola. Há orquestras e bem santas, Sem batutas nem amarras, Que se festeje até-às-tantas Com violas e guitarras. São assim as Janeiradas, Não vale a pena carpir, Partamos pelas estradas Que o cortejo é para rir! Frassino Machado In RODA-VIVA POESIA www.frassinomachado.net www.opcaopoetica.blogspot.com http://facebook.com/frassinom
FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 03/01/2016
Alterado em 03/01/2016 |