AS TEIAS DO PARLAMENTO
“Aos eleitos da Nação”
Numa casa exposta ao tempo Logo abundam os aranhés Que o digam os do parlamento Onde há teias de lés-a-lés. Estão eufóricos os inquilinos Vão de férias com o vento Limpam teias os valdevinos Numa casa exposta ao tempo. Enxameiam em galanteio De esporão pelo convés E quando perdem o freio Logo abundam os aranhés. Palavras despidas de ideias, Quatro anos de tormento, Poucos frutos e bolsas cheias Que o digam os do parlamento. Merecem férias, por certo, Fazem questão da sua vez, Sinais de fortuna por perto Onde há teias de lés-a-lés. Férteis d´ intenções e manhas É urgente compreendê-los Deixá-los tirar as aranhas Que o povo enjoa de vê-los. Mas é vê-los nas ocasiões, Em listas engalanadas, A concorrer às eleições Sujeitos às vassouradas. Era bom se algum santinho Se desfizesse em gentileza Pondo o Parlamento limpinho Desinfestado da riqueza. Limparam já os eleitores Dos proventos que são seus Fingem-se agora d´ amores E erguem as mãos para Deus. - Ai teias, p´ ra que vos quero, Neste mar encapelado, Venham votos, assim o espero, Não quero ficar deserdado. Assim fala um deputado (está farto de trabalhar!) Mas, ainda qu´ enredado, Não há aranhas ao voltar!… Frassino Machado In MUSA VIAJANTE
FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 02/08/2015
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