CANTO DE FRASSINO

Os meus horizontes são de Vida e de Esperança !

Textos

AS TEIAS DO PARLAMENTO
“Aos eleitos da Nação”

Numa casa exposta ao tempo
Logo abundam os aranhés
Que o digam os do parlamento
Onde há teias de lés-a-lés.

Estão eufóricos os inquilinos
Vão de férias com o vento
Limpam teias os valdevinos
Numa casa exposta ao tempo.

Enxameiam em galanteio
De esporão pelo convés
E quando perdem o freio
Logo abundam os aranhés.

Palavras despidas de ideias,
Quatro anos de tormento,
Poucos frutos e bolsas cheias
Que o digam os do parlamento.

Merecem férias, por certo,
Fazem questão da sua vez,
Sinais de fortuna por perto
Onde há teias de lés-a-lés.

Férteis d´ intenções e manhas
É urgente compreendê-los
Deixá-los tirar as aranhas
Que o povo enjoa de vê-los.

Mas é vê-los nas ocasiões,
Em listas engalanadas,
A concorrer às eleições
Sujeitos às vassouradas.

Era bom se algum santinho
Se desfizesse em gentileza
Pondo o Parlamento limpinho
Desinfestado da riqueza.

Limparam já os eleitores
Dos proventos que são seus
Fingem-se agora d´ amores
E erguem as mãos para Deus.

- Ai teias, p´ ra que vos quero,
Neste mar encapelado,
Venham votos, assim o espero,
Não quero ficar deserdado.

Assim fala um deputado
(está farto de trabalhar!)
Mas, ainda qu´ enredado,
Não há aranhas ao voltar!…

Frassino Machado
In MUSA VIAJANTE
FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 02/08/2015


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