AMOR ETERNO
Numa aurora de Junho, ó Mamã, tu partiste
Em suave brisa, mas sem me dizeres adeus, E eu por aqui fiquei solitário entre os meus À espera duma prenda que ontem assumiste. Recordas-te, mamã, da vontade que sentiste De irmos colher ameixas, da cor dos olhos teus, Ao veres a cerejeira subida até aos céus Os seus rosados frutos logo preferiste? - Vai, Nino, trepa àquele ramo qu´ está cheio E corta duas ou três rocas mais maduras. Mas, tem cuidado, não te metas em loucuras E vai de pés descalços só até ao meio… Eu lá subi, colhi e lancei-te pro avental E tu sorriste ternamente: - Anda daí, Vamos sentar-nos nas escadas do quintal… Recordas-te, mamã, da saborosa merenda - Cerejas e bom pão, que nunca mais comi - E da promessa que fizeste de uma prenda? Que era «amor eterno» e… saudades de ti! Frassino Machado In ODISSEIA DA ALMA
FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 15/06/2015
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