REBANHOS DE MIM
- Subida às Senhoras do Monte -
Como Caeiro usarei “Dos homens a linguagem” Se é poesia não sei Por certo será mensagem. Mensagem quase divina, No alto da encosta do Monte, Minha ideia é cristalina Como é todo o horizonte. Quem de aflito começa Subindo aquela montanha Qualquer ideia tropeça Numa mística estranha. Antes, veredas de pó, De granito rodeadas, Nenhum romeiro vai só Tem árvores esfoliadas. Surgem penedos bravios Com gestas e matagais Importa fazer desvios Pra não perder os sinais. No cimo, com nitidez De sensações a granel, Vê-se logo à primeira vez Indescritível painel. Perto do céu privilégio De capelinhas caiadas Silêncio de sortilégio De coisas amontoadas. Num concerto natural Há rítmo, harmonia e canto Com melodia divinal De fresca brisa de encanto. Eu não quero ser pastor Nem disso fazer menção Sinto cá dentro um fragor Que me derrete o coração. Senhoras do Monte gigante Vestido de sol e de vento É esse o rebanho falante Traçado no Firmamento. Não digo “bendito seja”, Como pensava Caeiro, Guardo em mim – Deus me proteja - Todo o meu rebanho inteiro… Conheço bem minhas praias E penso naquilo que sinto As coisas não passam d´ alfaias Dest´ alma que não desminto! Frassino Machado In ODISSEIA DA ALMA
FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 24/05/2015
|