CEMITÉRIO DE SONHOS
“Lampedusa, meu amor”
No lusco-fusco daquela alta madrugada Por entre inesperado e denso nevoeiro Surge o fantasma de um barco forasteiro Carregado de corpos co´ a sorte tramada… Desafiando a triste sina em tudo ou nada Em troca de um destino, dito alvissareiro, Chegaram finalmente ao éden derradeiro Daquela terra promissória e encantada. Lá mais p´ ra trás ficaram navios perdidos Na tragédia do mar e nas marés suicidas Que sepultaram, sonho a sonho, tantas vidas… E na mira da esperança, náufragos vencidos Pela angústia, p´ la fome, p´ la sede e p´ lo medo Repousam no teu cemitério de segredo. - Mas até quando, ó Lampedusa meu amor, Conseguirás ser âncora e asilo nessa dor E nesse vazio oásis que se fez degredo? É tão agreste o caminho da liberdade E tão obscura a luta pela Eternidade! Frassino Machado In ODISSEIA DA ALMA
FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 06/05/2015
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