ÉTICA DE TRAZER POR CASA
“Aos neuróticos de má fé”
Pedantes estadistas desta Lusa Pátria, Determinados em cumprir certos convénios, Desprezam contundentemente a alma mátria E arvoram sua bandeira no palco dos génios. De costas e posturas contra o cidadão De rostos mascarados e ideias retorcidas Vão-se esquecendo do veredicto da Nação Que neles confiou seu destino e suas vidas. “Há que ir para além do próprio compromisso” – Dizem eles, em suma, para se vangloriar – E, convencidos, assumem-se em bom serviço, Não reparando na sua Pátria a agonizar: A vida colectiva paira em desassossego, Definha o pão, não há dinheiro que resista, E a maré negra em cada dia é o desemprego Que grassa em todo o lar de forma fatalista. A crença nos valores sobeja a rastejar, Não há justiça, não há escola assegurada, E, pior que isto, ninguém pode acreditar Que existe esperança numa outra madrugada… Que fazem os maiorais, agarrados ao poder? Negócios à socapa – economia em brasa – E, na sombra, promessas a reverdecer Em claríssima ética de trazer por casa… E tu, ó cidadão, navegas nessas águas? Nem penses nisso: que quem ganhará és tu. Um novo sol há-de aquecer as tuas mágoas Pois toda a gente viu que o dito Rei vai nu! Frassino Machado In JANELAS DA ALMA
FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 11/02/2015
Alterado em 11/02/2015 |