CAVALO À SOLTA, MEU SONETO
Abro de par em par a artística janela
Por onde se admiram laivos de cultura E o que vejo de imediato através dela É apenas um soneto ávido de aventura. Acenei-lhe catorze vezes com brandura Pelo amplo horizonte de uma luz singela Mas disse-me com forte voz e desenvoltura: “Eu, sou eu e mais eu, o resto é bagatela”! E qual cavalo à solta, confiante no roteiro, Rasgando a tradição com mão abrasadora, Fiz de aposta chegar ao cume bem primeiro… Ó metro escansional, ó rima sem primor, Labirinto versial vestido de penhora, Quando é que deixas de ser do poeta horror? Quero em mim, ó tirano, ´stilhaçar algemas P´ ra respirar desta janela o meu ar puro E, sendo livres para sempre os meus poemas, Possa tornar-me com a lira mais seguro. O teu drama, ó Soneto, não mora na poética Mora por certo, sim, na teimosia estética! Frassino Machado In MUSA VIAJANTE
FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 22/01/2015
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