“Aos que partiram e aos que estão”

Santos são os pacíficos deste país
Que tanto têm feito por conciliar
Cidadania, com as penas a passar,
Na condição de nunca vergar a cerviz.

Santos os que vincaram a sua raiz
Àquela terra que algum dia os fez sonhar
E que lhes deu o pão na hora de lutar
Marcando-lhes na alma forte cicatriz.

Santos os que quebraram as duras algemas
Daqueles que algum dia os escravizaram
E que, apesar de tudo, nunca se vingaram
Intentando na vida vencer seus problemas.

Santos os que passaram por amargos trilhos,
Procurando encontrar um horizonte certo,
Com um destino e uma luz a descoberto,
Mas que a sorte não bafejou os próprios filhos.

Santos, e mais que santos, os que na verdade
Semearam, no umbral da humana eternidade,
Um elo de ternura, de amor e saudade!

Frassino Machado
In ODISSEIA DA ALMA