Pelas áridas margens do rio Jordão
Em ardente manhã bastante afogueado
Deambulava um nazareno desorientado
Que de casa partira em busca do seu pão.

Mais viandantes se juntaram em multidão
Naquele local bastantes vezes procurado
Por uma cotovia no alvor pronunciado  
Das cristalinas águas boas p´ ra emersão.

O dito nazareno quis logo ir na frente
Chamado por Batista emerso na corrente
E logo se escutou um canto no arvoredo…

- Eu sou João, e nesta água vos confirmo
P´ ra vos limpar a alma tal como a meu primo
Pois que ele veio aqui antes de vós mais cedo.

Aquela multidão olhou p´ro Nazareno
E viu sobre a cabeça um pássaro pequeno!

Frassino Machado
In JANELAS DA ALMA