CORTAR OU NÃO CORTAR
“O tolo no meio da ponte”
Se há que cortar por cortar Que se corte todo o país Já qu´ ele não pode fechar Então, que seja p´ la raiz. Farsa assim nunca se viu, Com tal neura de espantar, Está-se mesmo por um fio Se há que cortar por cortar. Anda enorme trapalhada, Todo o povo bem o diz, Se cada coisa é cortada Que se corte todo o país. Bacharéis, assim e assim, Passam a vida a cortar Aos cortes só dizem “nim” Já qu´ ele não pode fechar. Muitos cortes e incerteza, Cada hora o contradiz, Se terá qu´ haver limpeza Então, que seja p´ la raiz. Quem olha de cima a baixo Vê-se o cabo dos trabalhos Todo o país, cabisbaixo, É uma manta de retalhos. No poder não há miolo, Não há luz nem horizonte, É o mais desleixado tolo Parado no meio da ponte. Acrescente-se o nevoeiro, Um nevoeiro cerrado, Só com um corte certeiro Tudo será desvendado. O país já não tem luz, Quem o viu e quem o vê, Cortar ou não cortar seduz E ninguém sabe porquê. Ó cidadão, não dês tréguas E as tuas mãos arregaça, Corta de vez estas névoas Antes qu´ aumente a desgraça! Frassino Machado In JANELAS DA ALMA
FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 12/04/2014
Alterado em 12/04/2014 |