A BOLSA E A VIDA
“No País do nunca”
Neste País ancestral De vincadas tradições O futuro é um lodaçal Sem almas nem corações. Em certo dia saudoso Num ambiente surreal Surgiu um Abril ditoso Neste País ancestral. Um projecto sonhador Com ideais e comoções Fez-se apelo criador De vincadas tradições. A semente foi lançada Para um novo Portugal Mas com terra desprezada O futuro é um lodaçal. Com tesouro abalroado Por artistas sabidões “País do nunca” adiado Sem almas nem corações. Tanta promessa vendida Em pedestal de eleição Tanta vela derretida Numa cera de ilusão. Vendilhões de mão estendida Em beija-mão empenhados Pegaram a bolsa e a vida Com miséria anunciada. “País do nunca” acordou Por sentir-se espoliado Mas a energia esgotou Ao ver-se desamparado. E a estranja, com ousadia, Disse aos filhos da Nação: “Se quereis democracia Vinde cá pedir o pão”… A bolsa já era estreita Numa vida assim-assim Agora, co´ esta desfeita, Sai rasa e vem celamim. A cada hora que passa Em dura peregrinação Aumenta mais a desgraça Para mal desta Nação. Ó Santo, ó milagreiro, Que pareceis adormecido Livrai Portugal inteiro Deste rosto entristecido! Frassino Machado In RODA-VIVA POESIA
FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 11/04/2014
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