AS MÁSCARAS DO MUNDO (*)
À memória de
Anna Politkovskaia Passam no Palco do Mundo Do nascer ao pôr-do-sol As horas do mal profundo E as vidas em arrebol. Passam no Palco da Vida Desde o ventre até à tumba As pancadas da desdita E os desvios na penumbra. Passam no Palco das Gentes Do Oriente ao Ocidente As venturas indigentes E os projectos sem presente. Passam no Palco das Modas Desde as vilas às cidades As paixões com brutas rodas E o desfile das Vaidades. Passam no Palco do Estado Desde as tendas aos palácios As propostas do Embuçado E o discurso sem prefácios. Passam no Palco das Feiras De manhã até à noite As bancas das vendedeiras Num rodopio de açoites. Passam no Palco dos Astros Pela aurora matinal As estrelas com seus rastos Em alterne desleal. Passam no Palco das Trevas Entre pântanos abissais As Cruzadas “medievas” Em chacinas magistrais. No Palco dos Potentados, P’ ra terminar esta saga, Passam orgias e fados Em triste noite aziaga. E assim as máscaras do Mundo De frustradas intenções Cavam vazio profundo Em todos os corações! Frassino Machado In MONTE ALVERNE (*) – Poema premiado em Itália, no Concurso «Pensieri in Versi 2006»
FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 04/03/2014
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