TEMPO AGRESTE, AGRESTES PENAS
Chega hoje a Primavera
baloiçada pelo vento ver-me livre, quem me dera, deste triste pensamento. Está nova a natureza com paisagens geniais só não sinto a certeza se s’ ausentam os meus ais. Há correntes de águas finas deslizando pelos campos vão crescendo cristalinas as saudades de meus prantos. Muitos são os males do mundo que se vêem no horizonte em minh’ alma, bem no fundo, só m’ espelha a tua fronte. Não tenho comigo as fadas p’ ra ser mais sentimental no vazio das madrugadas tuas penas são o meu mal. Sofro, assim, feito poeta por aqui abandonado, a minh’ alma está deserta com o fantasma deste fado. Há tormentos que despertam a procura de lembranças os meus sonhos nunca acertam e até parecem crianças. Ó vento, qu’ amigo és, e entendes estas verdades, varre bem de lés a lés da minh’ alma as saudades. Não sei se é a minha amada a sombra que tenho de ti, pareces mais desprezada do qu’ outrora quando te vi. Primavera, vida minha, sois as duas uma só a paixão que s’ adivinha será amor ou será dó? Frassino Machado In MUSA VIAJANTE
FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 28/04/2007
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