A UTOPIA DA ESPERANÇA II
“O que fazer?”
O mito da “mais-valia” É a arma do Capital Tem nele a sua energia E também a garantia Do lucro primordial. Arrastados pelo vento Da nefasta servidão Faz-se fé no crescimento Com todo o deslumbramento Da abjecta exploração. O trabalho pouco importa É uma questão trivial Quem o tem tudo suporta E até o empresário exorta Para um salário banal. Vai-se à feira ou ao mercado Com oferta sempre à mão Há consumo assegurado E se não houver cuidado Só se vê especulação. Leve três e pague dois Com dinheiro ou com cartão Se não tiver pague depois Durma bem entre lençóis E não passe restrição. Os bancos são bons amigos, Com distinção, sem usura, Livrá-lo-á dos perigos E de fingidos abrigos Com acrescento e lisura. Haja esperança no amanhã Boa escola e melhor saúde Se houver crise se verá Há-de haver sempre um maná Com qualidade e virtude. Ponha de lado a chantagem Sem peias e trocadilhos Cumpra sem medo a viagem Com garantida passagem De bons pais para bons filhos. Ai viandante da vida Desta saga tão inglória, Nesta utopia sentida Sem condição nem saída Não há esperança nem história. Mas, neste quadro falsário, Inda é possível sonhar Num horizonte primário Há um caminhar solidário Para a alma despertar! Frassino Machado In JANELAS DA ALMA
FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 17/01/2014
Alterado em 18/01/2021 |