MAR TRAIÇOEIRO
Elegia da praia do Meco
Ó mar salgado, ó lágrimas sentidas Tão perto do sorriso e do prazer, Mas também para sempre a perverter O fluxo das marés recrudescidas. Ó mar zangado de incontidos traços Que cumpres de Neptuno a vingação Diz-me o porquê da tua obstinação Em levares tantas vidas nos teus braços. Quantos sonhos em ti a baloiçar Quantas âncoras frágeis destroçadas E negras telas com tintas de luar… Mas diz-me lá, ó mar em desencanto, Quais as razões que tens justificadas Neste traiçoeiro devorar de espanto? Onde escondes as vidas inocentes, Nas tuas marés vivas inesperadas Ou porque já não vives e não sentes? Frassino Machado In RODA-VIVA POESIA
FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 16/12/2013
Alterado em 16/12/2013 |