Ou “O fantasma da Crise”

É uma crise tramada e colectiva
Com toda a santa gente em polvorosa
E quanto mais se busca mais custosa
Num insondável rumo e à deriva.

A beata austeridade sempre viva
Com cada solução abominosa
Na espr´ ança minguada e desgostosa
Qu´ a crença nos governos é coerciva.

Cada dia que passa agrava mais
Os tão negros e trágicos sinais
E não se vê uma luz no horizonte…

Palavras e palavras sem mensagem
De um vazio repleto de vilanagem
E não há milagreiro que desponte.

Chegou notícia, com cruel sintoma,
De que há retoma, mas tão só na aragem,
Que farsa cozinhada é a sua forma.

O fantasma da Crise não desarma
E vai matando a alma trama a trama!

Frassino Machado
In LIRA BEM TEMPERADA