A CASA DO ALTO - II
A Maria Angelina
Está alguém? Pergunta à entrada o visitante, E ao longe, no quintal, ouviu-se a voz canina Que, por suposto, era astuto vigilante. Está alguém? Disse de novo em voz lustrina E no saudável pátio surgiu num instante Sorridente e simpática a Dona Angelina. Sou eu, madrinha, posso entrar com sua licença? Olá, Chiquinho, desde anteontem que o esperava, Dê cá um beijo, pois é boa a sua presença. Demorei, que o pequeno-almoço já tomava Sente-se aqui na mesa, pois não faz diferença Não ouvi bem a sua voz que me chamava… Aqui tem chávena de leite e uma torrada Por favor, coma bem. Se quiser, peça mais. Depois, vai-me a ajudar nos livros daqui a nada. Apenas respondi, perante estes sinais: Não se incomode, Dona Angelina, que a jornada Fará de mim o mais feliz dos serviçais! Sorriu-lhe a alma pelos seus olhos cristalinos Num corpo de mulher com dotes peregrinos. Frassino Machado In CANÇÃO DA TERRA
FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 15/10/2013
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