Aos náufragos
De Lampedusa

Ó Lampedusa, meu amor,
Ó Ilha do meu coração
Quero que sejas meu alvor
E jangada de salvação.

Como um sem-terra me achei,
Fui despedaçado p´ la dor,
Para teus braços naveguei
Ó Lampedusa, meu amor.

Como um sem-nome me revi
Por não possuir pátria nem pão
Sou feliz pois te descobri,
Ó Ilha do meu coração.

Minha jangada se perdeu
Nadei nas trevas com pavor
E porque outra luz s´ acendeu
Quero que sejas meu alvor.

O Papa Francisco chegou
Com palavras de redenção,
És a esp´ rança que despertou
E jangada de salvação.

Para quem chega é primavera
Nova aurora, nova emoção
O mundo te faz de quimera
Escrava da globalização…

Não somos gregos nem troianos,
Não pedimos loas nem preitos,
Apenas porque somos humanos
Queremos p´ ra nós mais direitos.

Ó Lampedusa, meu amor,
Ó jangada da nossa sorte,
Porqu´ és lenitivo pr´ à dor
Contigo venceremos a morte!

Frassino Machado
In JANELAS DA ALMA