Em homenagem ao “fiel amigo”

De novo nos ajuntámos
Na bela mansão de abrigo
Para juntos partilharmos
O sabor do “fiel amigo”.

Num dia primaveril,
Que havia sido aprazado,
Teve lugar a gentil
Tertúlia do Torricado.

Com Alves, Frassino e Costa,
Saraiva, Adérito e Cação,
Orlando que alinha e gosta,
E Valdir ao seu violão.

Por discurso encomendado
Mestre Cação explicou
As fatias do “torricado”
Que ele próprio fabricou.

Vinho dos Velhos saiu,
De colheita nada mau,
Um paladar que serviu
P´ ra regar o bacalhau.

Tudo foi bem comparado,
Cada um com sua ideia,
Este “sabor torricado”
Bate bem o da lampreia.

Falou-se de tudo um pouco
Matou-se bem a larica:
Que o Relvas parece louco
E quem se salva é o Benfica…

O Frassino desfraldou
Alguns versos de bandeira
E o Valdir cantarolou
A popular coladeira.

Orlando, amigo novato,
O repasto assessorou:
Um rabo de três ao prato
Que ao bacalhau desviou.

Para alegrar esta empresa
O bom pessoal deu crédito
A uma aventura gaulesa
Contada pelo Adérito.

Meteu carros de aluguer
De maroscas enfeitados
Para enganar como quer
Aos espertos enviesados.

O Costa ajeita-lhe ousio,
Dá-lhe reforço também,
Sai daqui um compadrio
Numa mexa a mais de cem.

Com Alves, como é da praxe,
Calham atrasos e desvios
Qualquer dia com tal relaxe
Há-de ficar a ver navios…

Do Saraiva a sugestão,
Com laivos de contraluz,
Leva a nossa refeição
Lá para as bandas da Luz.

Em qualquer lado que seja,
Em Azambuja ou Carnide,
O melhor que se deseja
É “dar o banho” à pevide…

O nosso Carlos Cação
Por talentos de alto grau
Merece alta distinção
Neste rico Bacalhau!

Frassino Machado
In RODA-VIVA