OS FARISEUS DA NOVA ERA
“Semana de Pascoela”
Pela avenida da Cidade deambulavam Dois preclaros e nobres Juízes do Pretório E sobre eventos bem recentes dialogavam: - Os tempos correm mal no seio das famílias, Não há concórdia acerca de algo meritório E cada dia nascem mais e mais quezílias. - Ademais, nos Direitos estamos conversados. E, na Moral, já ninguém liga às homilias... Pois, na verdade, os novos tempos ´stão mudados. - Nas velhas Tradições tudo era mais correcto... E, enquanto os mais idosos eram respeitados, Nas sãs Instituições tudo era mui discreto... - Olhemos, pois, ao que se passa nas escolas: Cumprir ou não cumprir é justo e sempre certo E os próprios Mestres consideram-se farsolas. - Ora, aí está. Faz falta a velha Autoridade E, enquanto as convivências dão em festarolas, Toda a vulgar mentira é hoje uma verdade... - Por falar nisso, vamos ver de nossos Pares. Já há uns tempos p’ ra cá qu’ os quatro não nos vemos… Vamos ao Fórum, pois lá temos outros ares! - Encontraram-se os quatro Juízes no Palácio Tendo em mãos um Processo ruim pelos seus termos, Processo delicado, logo em seu prefácio. - Matéria em causa de violência educativa: Famosa educadora um miúdo castigou, Utilizando, assim, a medida correctiva. - A Instância primeira arguiu e decretou, Contra ela, em feroz lição valorativa, Uma “pena de Repreensão” que espantou! - A Tetrarquia mor de Juízes convocada, Acácio, Bonifácio, Horácio e Pancrácio, Expôs-se diante desta “pena” reclamada... - À luz claríssima da humana realidade, Fez choque com a anterior deliberatio, Dando razão ao que usou agressividade. - O juiz Acácio apela para a formação, O Bonifácio acha justas as palmadas, Pancrácio e Horácio prestam jus à dura mão. - Agora, no País, consciências revoltadas Esqueceram, por certo, o móbil da agressão Deixando as pobres almas mais fragilizadas. - Seguiram a estratégia in dubio pro reo, Não ponderando alternativas mais coerentes, Que desde sempre qualquer Lei enobreceu. - Até o Titular da causa destas gentes, Podendo aproveitar o exemplo que não deu, Teria limpo, e bem, aquelas velhas mentes... - Disse a todos que nesta Causa é inocente, Dando a entender que era do Estado a competência, Sem castigos de corpo e com olhar clemente. - Como Pilatos – desta forma – as mãos lavou Sem banir para sempre a incauta violência, Nada prevendo quantas guerras semeou!? Ai os Fariseus de hoje – alfobres de Sapiência! – É a Classe Dirigente que se apropriou A seu belo prazer, vaidade e Prepotência, Do Trono do Universo e … ao Povo desprezou! São desta Estirpe os Fariseus da Nova Era: Classe d´ ELITES que em todo o Mundo impera! Frassino Machado In LIRAS DO MEU CANTO
FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 06/04/2013
Alterado em 06/04/2021 |