CORAÇÃO EMIGRANTE
Eu, qual Orfeu viajante,
Sem lira mas com meu canto De coração emigrante Farei de ti um encanto. Anda meu coração por aí Em horizontes sem par Sonhando chegar a ti E sem pressas de voltar. Já mora nele a saudade Desde o dia em que parti Procuro-te de verdade Mas ainda não te vi. Dia a dia caminhando Sinto-me já um romeiro Às vezes entro em desmando Não encontrando o carreiro. Não sei se longe ou se perto Tem morada o meu destino Só vejo à volta um deserto, Nada mais eu descortino. Este coração que chora Penando de comoção Sofre cá dentro lá fora Por nunca ter afeição. Se eu voltarei um dia Há-de o meu fado dizer A saudade em demasia Matá-lo-á sem querer! Frassino Machado In FRAGMENTOS DE VIDA
FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 11/11/2012
Alterado em 11/11/2012 |