I

Estes verdes e frescos arvoredos
Que se alargam em frente de meus olhos
Abraçam nestes campos loiros molhos,
E velhas moradias qual brinquedos,
Brinquedos velhos, velhas as pessoas
Que humanas são, simpáticas e boas.


É fértil esta terra e mui viçosos
São os chãos onde caem as sementes.
Com vento os dias são, frios ou quentes,
E nas fainas os braços buliçosos
Tocam as puras águas e animais
Ouvem ledos o canto dos pardais.


Terra das sete letras e partidas
Baraçal é seu nome e suas vidas !



II


Nesta cantante e leda madrugada
Que dos pinhos arrasta a silhueta
Do leito me levanto à hora certa
Que certa era a viagem programada.


A Vila do concelho era a meta
E longa e sinuosa a branca estrada
Que por campos e vales espraiada
Deixou a minha vista quase em festa.


Negro castelo que de história feito
De pedra ali se encontra agigantado
Me recebe falando deste jeito:


No tempo passo e outros hão passado
Sobre esta multidão em que m’ enjeito
Vem tu a mim que ela me h’ olvidado !



Frassino Machado
In VEREDAS PRIVADAS