O GALO E O PERU
Gil Vicente F. C.,1 X S. L. e Benfica, 2
Na verde capoeira da Academia Puxando forte pelo seu badalo A orgulhosa Águia chamou o galo Cantando no final daquele dia Não só uma jeitosa melodia Mas também uma dança de regalo. O galo levantou a sua crista E julgando que a Águia era peru Mandou tirar do fundo do baú A sua indumentária imprevista Qu’ ao causar tremedeira alarmista Provocou na capoeira sururu. É verdade que, e ninguém s’ espante, O maioral da banda prometeu Que se trouxessem pr’ a casa o troféu Daria como prenda um bom ‘spumante Qu’ ao longo da semana num instante Faria alegre todo o povoléu. Mas, todavia, ao longo da refrega, A Águia, sem puxar pelos seus galões, Virou o mais vaidoso dos pavões Dando ao pobrete galo uma esfrega Salvaguardou a honra e a adega Do brioso imperador dos fanfarrões. Que primorosa feira de vaidades Na passarela há da espécie humana Que dos ideais comuns retira a fama Que até a mais abjecta das vitórias Fornece às almas justas as vanglórias Num vergonhoso e triste panorama! Frassino Machado In RODA VIVA
FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 17/04/2012
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