CANTATA DA ÍNDIA
Poema de
Frassino Machado I O desconhecido e o Mar tenebroso, A curiosidade, a coragem e a teimosia! Condicionantes, fraquezas e bloqueios! Este é o Mar, esta é a Aventura! Incentivos? Onde estão? Quem os tem? A revelação comporta este combate: Quinze anos, quinze anos, quinze anos! Aqui está a chave que abrirá para sempre A consagração do herói! II As armas e os lídimos barões, As barreiras que urge abater, Eis a era dos mártires que chegou Eis o destino que acerta a hora! Na austeridade e no rigor, Na confrontação e na lucidez, Nasceu do Infante o sonho Que trouxe no seu bojo audaz O bastião do Império! III A alma prenhe de negócio Brilhou na estrela de Suão E confrontou-se do Zaire ao Sueste Na batalha de Capricórnio. E uma onda patriótica, De antes quebrar que torcer, Abriu nas linhas da concórdia Uma estrada resplandecente De Boa Esperança! IV Do alto da Torre de Babel A vaga extasiante dos alísios Fez nascer, qual cavalo de Tróia, A Índia ali tão perto … Mas o destino foi cruel, Que a árvore das patacas, Pela aurora do Novo Mundo, Mostrou ao castelhano herói Que assim o Rei vai nu! V Ode fica a Índia? Onde fica a Índia? Eis ali o ciclo de Centauro Que esventrou, nas malhas da traição, A razão demolidora do Fogo. O feliz El-Dourado escancarou-se Ao Lusitano Hércules. Lá estava a hidra de Calecut Que ornada de pimenta, qual sereia, Vomitou o fel da vingança! VI Era uma vez uma menina Que, nascida na floresta à beira-mar, Se transformou em Rainha Encantada, Qual jóia de cintilante Reino. Partiu de Sagres – Lusa Argos – Em busca do Velo de oiro, E, sulcando Oceanos, A misteriosa Nau Virou Excalibur incansável. E eis-nos por fim à sua frente: A ÍNDIA! F I M
FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 28/11/2011
Alterado em 28/11/2011 Áudios Relacionados:
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