O 25 DE ABRIL E O "CALCANHAR DE AQUILES"
I - A LUSA LIBERDADE
Ó Liberdade, onde é que tu estás ? Ó Liberdade, onde é que tu habitas ? Há por este país tantas desditas, tantas desilusões e coisas más ... Vivi teu nascimento à beira -Tejo, passeei contigo nas manhãs de Abril, cantei pelas avenidas cantos mil e senti realizado o meu desejo. Onde está aquele fogo que geraste no coração do povo português sem energia e tempo pr'a crescer ? Do fogo dos Antigos bem lembraste... mas hoje o nosso povo, tu bem vês, está de mãos vazias e a sofrer ! II - O ETERNO FERMENTO Tu, Liberdade, o que é que vês nesta Mansão, nesta terra em que te tornaste seu fermento ? Vês o seu povo desgarrado e sem alento, sem um justo sentido, moral e ambição ? Vês gente com cobiça, inveja e corrupção ? Vês gente injustiçada, sem trabalho e ao vento, crianças na sarjeta, sem fé e alimento, sem auto-estima, sem futuro e instrução ? Vês, triste sina, a ousadia de quem manda dizer qu'em breve tempo acaba esta demanda e tudo o qu'é de bom um dia há-de voltar ? Ai, Liberdade, Liberdade, 'stás a ver ? Se tu soubesses o qu'iria acontecer, jamais tu pensarias em ressuscitar ! Frassino Machado In AS MINHAS ANDANÇAS
FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 29/12/2006
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