CRIMES SEM PUNIÇÃO
I Choviam cães e gatos, rude estrago, sobre a cidade mártir que ansiava - noite calma, na calma Santiago, ouvir a voz de Allende que esperava. Os trovões da natura em modo vago deram lugar ao fogo que iniciava sobre o Palácio deste mesmo orago um facto vergonhoso que chocava. Subiram o escadório com desmando os brutos legionários camuflados cumprindo bem as ordens de comando... Mas, eis, que a porta se abre de repente e surge o maioral em altos brados: - Quem desligou da rádio esta corrente ? II - Ó desgraçados serviçais incompetentes, quem julgais vós que sois, meus tristes ordinários? - Somos de Pinochet os justos mandatários... E a voz do sangue massacrou os inocentes ... Vinte e tal anos se passaram sobre as gentes, num Chile tão semeado de massacres vários por vis razões de governantes e falsários que ao mundo deram testemunhos indigentes. Encarregou-se o tempo de fazer memória e foi possível ao tirano lançar mão p' ra que um humano julgamento fosse história... Mas, ó humana e lamentável condição, ó tristes maiorais com alma acessória, como é que tal tirano morre sem punição ? Frassino Machado In AS MINHAS ANDANÇAS
FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 22/12/2006
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