MENINA FADADA
Seu nome é Joana nasceu sem ninguém
pois tem mãe tirana e quer ser alguém. Em casa fechada ‘spreitando à janela tem vida tramada com alma singela. Faz vida de casa tem calos nas mãos com pai tábua rasa e mais dois irmãos. À mãe faz inveja e dá-lhe lição sorrisos deseja e um pouco de pão. A escola bendita é acolhedora menina acredita que não vai embora. Ai dia maldito porqu’é que lá vens? Recado interdito por quatro vinténs. Menina chegou, menina sumiu, o mundo falou mas ninguém a viu. A mãe perdedora vem à televisão chorar que agora não tem filha, não. Não sabe de nada e tem medo, tem, ‘stará abandonada nas mãos de ninguém... Responde-lhe o vento com falsas notícias quem sabe por dentro não houve sevícias? Até os animais qu’ amavam Joana faziam sinais de haver uma trama. A mãe gaguejou perante o juiz e o povo pensou: não sabe o que diz. Menina fadada, que muito sonhou, que sorte tramada ninguém t’ encontrou. E agora a justiça em mãos já tem quente o embuste e a liça e um crime pungente. Seu nome é Joana morreu sem ninguém por ter mãe tirana que não lhe quis bem ! Frassino Machado In OS FILHOS DA ESPERANÇA
FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 01/12/2006
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