MEU DIA, DUAS CARAS
O meu dia acordou cinzento
da cor da terra rescaldada e minh' alma ontem acalorada tornou-se espanto num momento. O sol de cedo se escondeu e para os pássaros nem brilhou nem a aragem s' envergonhou no aroma que de si nasceu. À minha volta o fim da tarde tomando conta da manhã retardou o que sinto já não tendo poiso nem alarde. Da natureza se reporta e vem a mim pela razão descobrindo-lhe a sensação d' estar mais viva do que morta. Dou comigo a abrilhantar ser tarde ou manhã tanto faz qu' o bem a todos sempre traz mais uma vida p' ra contar. E veio a chuva, foi-se a bruma, e toda a terra humedeceu o sol por fim reapareceu e a minha alma virou pluma... Assim meu dia, duas caras, até a mim me enfeitiçou porque a natura constatou que nela há coisas muito raras! Frassino Machado In MUSA VIAJANTE
FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 19/07/2006
Alterado em 19/07/2006 |