A BALADA DE GESENKIRCHEN
Alinhadas as hostes no gramado
em Gelsenkirchen numa tarde quente cantam-se os hinos, um de cada lado. Oceano de estandartes frente a frente com rostos e com vozes agitado deu alma aos bretões e à lusa gente. E antes que a razão gerasse heroísmo foi lindo de s' ouvir um grito belo: "fora com toda a forma de racismo"... Era mesmo oportuno este apelo p' ra que não fique apenas o lirismo e cada hoste foi para o seu castelo. Com nobreza este prélio começou e, então, foi mesmo belo de se ver cada qual pôr na luta o que sonhou. O bretão com o espírito a ferver seu jogo no gramado arquitectou para que os lusos viessem a temer. Ricardo em seu castelo estremeceu mas com Carvalho e Meira à sua volta logo todo o perigo amorteceu. Com Miguel e Valente fez-se escolta e não mais o controle se perdeu que o génio começou a andar à solta... Foi ali, no miolo da planície, que s' instalou a ala enamorada: Ronaldo, Figo, Tiago e Maniche. A reacção dos bretões era esperada pois iniciaram um ciclo d' imundície para qu' os lusos dessem debandada... Mas, ó milagre, os lusos se mudaram vestindo-se da farda dos Magriços logo ali os bretões se desalmaram. O capitão das pampas, sem feitiços, avisou e as maleitas s' acalmaram, fazendo delas simples desperdícios. Tornou-se o prélio um pouco desleal que fez pender pr' os lusos a balança e o destino fez jogo natural. A matreirice do ponta-de-lança foi pr' os bretões um golpe bem fatal na imagem de um cartão sem esperança. O empenho do começo reforçou-se e a hoste lusa, sendo superior, na garra de vencer agigantou-se. As marés sucederam-se em ardor e em Petit ou Pauleta vislumbrou-se a força de um voo de condor... Eis quando o rei de Camelot saiu, tirou a braçadeira de capitão e num minuto a honra destruiu. Este foi o sinal da frustração que denunciou a quem tal coisa viu que também há heróis que são ficção... Em Gesenkirchen o tempo foi passando e nenhum dos castelos foi tocado perante os nervos de quem estava olhando. Foi preciso que fosse prolongado mais algum tempo qu' a lei vai dando p' ra que natural seja o resultado. Fizeram-se as mudanças já pensadas, renovaram-se as forças e energias, criaram-se situações inesperadas... Mas, vinha já bem perto o louco fim, qu' ao sufoco transporta toda a gente: os tiros p' ro castelo com clarim. Cada hoste os mais hábeis põe presente qu' à sombra da magia de Merlim os tiros lançam alternadamente. Mas, no luso castelo, quem impera ? O Grão Ricardo, Coração-de-Leão, que a pátria dos bretões já não tolera. E foi assim com esta tal paixão que, depois de uma dura e longa espera, vimos de novo o rumo de Campeão ! Frassino Machado A MUSA VIAJANTE
FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 02/07/2006
Alterado em 03/07/2006 |