Ao poeta Frassino Machado
Às vezes entre os versos nascem flores:
Violetas, lírios, cravos, açucenas...
Esqueço pressuroso as duras penas
Que a vida é festa cheia de fulgores.
Doce espumante of' reço aos meus amores
Em brindes de memórias muito breves
Enquanto o vinho em altas taças leves
Intenso e puro ferve as suas cores.
Que ricas são as rimas nesses dias!
Num cofre guardo as raras fantasias
Cativas pela arte imaginada.
Colhendo as flores ficam sombras frias
A refletir as pétalas tardias
Que teimam a boiar à tona da água.
Abel da Cunha