CANTO DE FRASSINO

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Textos

OS PARDAIS E OS VAIDOSOS - Álvaro Giesta & Frassino Machado
“Paga-se o sonetilho
Com um simples poemilho…
E eu não insisto mais
Pra não assustar os pardais!”

Frassino Machado

Álvaro Giesta:

Deixemos os pardais poisar
Num poiso sem pouso certo
Que a bruma deles está perto
Mais tarde vão escorregar.

Quando o brilho da vaidade
Só cerca a periferia
E a sua esfera embacia
As barbas brancas da idade

Embora de risco ao lado
Cabelo bem penteado
E óculos escuros no rosto

Fazem, da vida, um senão
E quase por distracção
Semeiam o seu sol-posto.

*

Frassino Machado:

Não vai, Álvaro, sem resposta
Que os pardais não são vaidosos
Muito menos invejosos
E comem do que ninguém gosta.

Os vaidosos, pelo contrário,
Num corrupio ordinário
Enchem a cabeça de vento
E, andando de saga em saga,
Têm uma estória aziaga
E só fazem excremento.

Os pardais até são espertos
E têm inveja dos pavões
Mas não sabem os palcos certos
Ficando co´ os bicos abertos
E longe dos figurões.

A vaidade é uma arrogância
Que não passa de virtual
E nem o professor pardal
Com a sua petulância
Conseguiu ser natural.

Até os poetas têm vaidade
Sonhando terem qualidade
Mas quando acordam é tarde
Ninguém lhes liga patavina
Ninguém lhes dá brilhantina
E toda a vaidade lhes arde…

Os pardais ninguém os deseja
Os vaidosos mordem-se d´inveja!

Frassino Machado
In ODIRONIAS
FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 01/09/2018
Alterado em 01/09/2018


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