«Discurso do Gaio»

No auspicioso seio da Mãe Natureza
Convivem aves na maior diversidade,
Miríades de cores, cantos, qualidade
Em gestos e texturas de rara beleza.
Humildes seres a que se chama passarinhos,
Têm pequenas asas mas voam como todos
Usufruindo a Natureza com bons modos
Sendo felizes, certamente, nos seus ninhos.

Mas há os médios pássaros, tais como os gaios,
Que são inteligentes, como nós humanos,
Imitando o que temos de bom e, ufanos
Vão vivendo mais que os outros, e sem lacaios…  
E há também os passarões da vida airada
Que se convencem, numa aura de presunção,
De que são reis e imperadores em gestação
Mas, por orgulho enfatuado, caem na laçada.  

Ser grande, médio ou pequeno é uma virtude
Que é proporcional a cada inteligência…
Os amigos gaios, que são pássaros por excelência,
Armazenam os bens e têm mais saúde.

Antes ser gaio, ou simples pisco envergonhado,
Do que ser “passarão” orgulhoso e humilhado!  


Frassino Machado
In AO CORRER DA PENA